"FAO destaca produção
sustentável da agricultura familiar no Brasil
Para o organismo internacional,
produção dos pequenos produzem alimentos saudáveis de maneira sustentável.
São Paulo – Promover a alimentação saudável é um dos desafios que
o Brasil tem pela frente, conforme o relatório Estado da Segurança Alimentar e
Nutricional no Brasil – 2015, do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura (FAO). Para isso, segundo o representante do organismo no Brasil,
Alan Bojanic, a agricultura familiar deve ser incentivada.
“Os pequenos agricultores são responsáveis por mais de 70% dos
alimentos que chegam diariamente a nossas mesas e a produção deles vem de uma
fonte sustentável e acima de tudo saudável”, ressalta Bojanic, no documento
lançado durante a 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar, encerrado na última
sexta-feira.
O relatório destaca o aumento do número de pessoas com sobrepeso e
obesidade em todo o mundo e os males associados ao excesso de peso, como
pressão alta e diabetes, que chegam a consumir 20% do orçamento dos países. No
Brasil, em 2011, custou mais de R$ 480 milhões ao Sistema Único de Saúde.
“A alimentação saudável deve ser uma aliada da população. As
dietas precisam garantir alimentos nutritivos e ricos em proteínas. E quem pode
contribuir bastante para isso é o agricultor familiar”, afirma o representante
da FAO.
O relatório recomenda a criação e fortalecimento de políticas
públicas voltadas a populações mais vulneráveis, como comunidades indígenas e
quilombolas, medidas contra o desperdício de alimentos e mudanças na produção
em função das alterações climáticas.
A primeira edição revelou que o Brasil venceu o problema
estrutural da fome e não está mais no mapa da Fome das Nações Unidas.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
(MDS), a pobreza no país foi reduzida de 24,7% em 2002 para 8,5% em 2012, e a
extrema pobreza caiu de 9,8% para 3,6% no mesmo período. Esse resultado
permitiu o cumprimento da meta de reduzir pela metade o número de pessoas que
passam fome estabelecida nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
Para as décadas seguintes o Brasil precisa atender, sobretudo, aos
chamados grupos mais vulneráveis que abrigam a maior parte das pessoas que
ainda sofrem de insegurança alimentar no país.
Para Bojanic, chegar até essas pessoas é essencial para que o Brasil
fique livre da fome uma vez por todas. "As políticas devem criar
estratégias para atingir de forma eficaz, os ribeirinhos, quilombolas,
indígenas e a população rural.”
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