Por ser da Folha de São Paulo,
o DataFolha costuma dourar a pílula
quando se trata de algo não propriamente positivo ou abonador dos governos psdb, e com o alquimin não ia
ser diferente, assim mesmo quando divulga.
Sem falar que deve usar as
filigranas dos dados, até certo ponto permitido pelas pesquisas, quem estudou estatística
sabe disso, para minimizar as ‘coisas’. Mesmo assim, os dados são terríveis e,
como sempre, a tal corda sempre arrebenta do lado mais fraco.
O que nos consola é que,
apesar de toda grana do contribuinte aplicada na mídia associada para minimizar
as coisas, o investimento não vem trazendo lá estes resultados todos, tanto é que
o próprio datafolha atesta queda na popularidade do caudilho do Palácio dos Bandeirantes.
Pode ter certeza que ele conta
com seu voto, conivente ou alienado, para tentar o Palácio do Planalto em 2018, sobretudo se mora em São Paulo e não
está entre os 35 % (suavizados pelo datafolha, com certeza) e recebe água regularmente
em casa, dando até para dar banho de mangueira em seu cachorro e dar um trato
no passeio para tirar a poeira desses tempos quentes, que ninguém é de ferro.
Dê uma olhada no texto da
Folha.
"Racionamento 'duro' atinge 35% dos moradores de SP
O racionamento de água imposto pela gestão Geraldo Alckmin
(PSDB) em meio à crise hídrica atinge de forma dura ao menos 35% dos
paulistanos, em especial os mais pobres e com baixa escolaridade, revela
pesquisa Datafolha.
Essa é a
proporção de moradores que afirmam ter sofrido interrupção no fornecimento de
água em suas residências em cinco ou mais dias nos últimos 30 dias.
Entre os
afetados, está a diarista Cláudia Nogueira, 35, moradora do bairro do Agreste
(zona norte de São Paulo). Para ela, ter água sempre é questão de saúde, já que
sua sogra passa por tratamento de câncer no intestino e necessita de higiene
constante.
"Fora a
última semana, quando teve água por dias seguidos, todo dia falta água durante
a tarde e a noite", diz.
Pelo levantamento
do Datafolha, 14% citaram que sofreram corte de água em até quatro dias no
período de um mês –48% disseram não ter ocorrido nenhuma interrupção do tipo e
3% não souberam responder.
Oficialmente, a
gestão tucana diz que a manobra que reduz a pressão nos encanamentos
–provocando racionamento– tem prejudicado apenas 1% da população.
NORTE E LESTE
A pesquisa
realizada na semana passada mostra ainda que as regiões da capital paulista
mais afetadas pela distribuição controlada de água são as zonas norte e leste.
Essas duas áreas
são as mais dependentes do Cantareira - maior sistema da Grande São Paulo, em
situação crítica desde 2014 e que nesta terça (3) estava com 12,7% de sua
capacidade.
O Cantareira
atualmente só consegue operar com a ajuda de bombas que retiram água do fundo
das represas – do chamado volume morto.
Na zona leste,
por exemplo, 43% dos paulistanos disseram sofrer com a interrupção de água em
cinco ou mais dias ao longo de um mês. Na zona norte, são 40% os que se dizem
mais prejudicados.
Por exemplo,
gente como Zélia Costa, 46, dona do Bar do Baixinho, na Vila Santista, que
precisou estabelecer uma regra que se tornou conhecida por seus clientes:
depois das 16h, não há mais descarga no banheiro. "Todo mundo que vem aqui
é do bairro. Então já sabem que, depois de determinada hora, não tem como dar
descarga. Só se for de balde ou esperar até o dia seguinte", conta.
Já no centro, os
impactos do racionamento são bastante reduzidos. Somente 5% relataram esse grau
de interrupção da água, de acordo com a pesquisa Datafolha.
As taxas também
são mais baixas nas zonas oeste (32%) e sul (28%) da capital paulista, que são
socorridas pelo reservatório do Guarapiranga.
O tempo de
duração da falta de água em um mesmo dia não é considerado no levantamento.
Segundo a própria gestão Alckmin, algumas regiões ficam entre 15 e 20 horas por
dia sem água.
POBRES
As informações de
falta de água em cinco ou mais dias do mês indicam que os pobres têm sido muito
mais atingidos pelo racionamento do Estado do que os ricos.
A pesquisa aponta
que, entre os que ganham até dois salários mínimos, 42% dizem que tiveram
torneiras secas com mais frequência no último mês. O índice cai para 19% no
grupo dos que ganham mais de 10 salários mínimos.
As regiões mais
periféricas sofrem com a redução de pressão tanto por questões geográficas
quanto por causa de falta de infraestrutura nas residências. As casas da
periferia estão normalmente no fim da rede de distribuição e muitas vezes em
zonas altas, onde é mais difícil bombear água sem pressão.
O tamanho pequeno
das caixas d'água ou até mesmo a falta delas ainda deixa milhares de pessoas
muito mais vulneráveis à falta do abastecimento público de água.
Para Fábio Mota,
36, que mora na zona norte, são os pobres que mais poupam água em São Paulo.
"Quem tem dinheiro sabe que não vai faltar água para ele."
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