Tem aquela estória do “mal
menor”. Talvez fosse uma maneira de considerar a construção de
usinas hidrelétricas no país, se pensarmos nas demais
alternativas quando se trata de produção consistente com as
demandas para a manutenção do desenvolvimento, sobretudo, quando a
energia nuclear está na berlinda como opção energética.
O fato de a economia mundial continuar
desaquecendo não significa que o Brasil deva reduzir estímulos ao
consumo interno ou retardar os investimentos na infraestrutura. Com
os ventos externos soprando contra e nenhuma perspectiva de
recuperação dos mercados europeus no curto prazo (a estimativa
otimista é de mais três anos de estagnação), muitos analistas
recomendam extrema cautela nos investimentos públicos.
Sempre me pareceu equivocada a ideia de que a
resposta às crises nos mercados financeiros deva ser puxar o “freio
de mão” na atividade produtiva, de modo a restringir o consumo e
desestimular os investimentos. Com as dificuldades no exterior, o
correto é orientar o esforço de crescimento cada vez mais para o
mercado interno, explorando o seu grande potencial de expansão. Numa
certa medida, pelo menos no número de projetos, este já é o
objetivo de uma boa parte das obras apoiadas no PAC.
Na infraestrutura os dois setores-chave são a
energia, especialmente a hidreletricidade, e os transportes,
envolvendo o rodoferroviário, as hidrovias e os portos, basicamente.
No primeiro caso, novos fatores introduzidos recentemente nas
discussões da questão ambiental vieram dar esperança de que
objeções importantes à construção de hidrelétricas perderam
força entre nós. O primeiro deles decorre da divulgação das
conclusões de dois relatórios arrasadores sobre a destruição
produzida pela explosão dos reatores nucleares de Fukushima (o mais
recente, no Japão) e o mais antigo, de Chernobyl (em 1986, na
Ucrânia).
Nenhum comentário:
Postar um comentário