quarta-feira

Gripe A ou Suína. O que os métodos de criação de animais teem a ver com isso?

A gripe suína deixou de vez as manchetes na mídia e, em certo sentido, frustraram os “profetas do apocalipse” que previam algo como outras versões, como a Gripe Espanhola (1918-1919), que contaminou 20% a 40% da população mundial e matou mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo, embora a OMS mantenha em 5 (de 6) o nível de alerta de pandemia.

Todo esse cenário de apreensões e medo é um “dejá vu” que, periodicamente toma as manchetes com cada vez mais frequência.

A gripe aviária, que começou na Ásia; a doença da vaca louca, na Inglaterra, a febre catarral ovina e, agora, a gripe suína. Todas são aspectos ou manifestações de um mesmo fenômeno: a criação intensiva – “industrial ou científica” – e antinatural de animais para o abate e a alimentação.

As vacas – loucas – da Inglaterra eram, e são alimentadas com rações com componentes de restos delas próprias, vísceras, ossos etc.; a criação de aves, todos já conhecem ou já viram o amontoado de aves, anêmicas, que comem continuamente, turbinadas por rações “batizadas” e são abatidas como adultas, quando ainda seriam pintos; os suínos, também, fora de seu ambiente natural como os demais, trazendo grandes riscos sanitários criando as condições ideais para o surgimento de doenças que acabam por atingir ao homem.

As intervenções na genética e nas praticas de reprodução e criação de animais – “inovadoras” – são comemorados como ganhos pela ciência, mas, sobretudo, pelos criadores que conseguem a cada dia maior otimização de seu lucros.

Como não se vê nenhuma onda consistente de criação orgânica de animais, e muito menos algum surto repentino de vegetarianismo tomando conta do mundo, muito pelo contrario – nunca se comeu tanta carne, com previsão de aumento de 50% até 2020 –, veremos, ainda, muitas outras gripes.

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