terça-feira

Para você que ainda acredita na culpa de São Pedro pela falta de água em São Paulo

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Dizem que “o pior cego e aquele que não quer ver” e, pelo visto, o número gira em torno de 53% do paulistano. A desinformação que seria algo, como se um desconforto institucional, cultural, social... O que seria, mesmo? Mas, o fato é que seja qual for a sua categoria ou seu efeito, desta vez “pegou”, com esta turma toda aceitando as mentiras do Alckmin e dando-lhe uma vitória nas urnas em primeiro turno e, pelo que se sabe, continua fechada com o mentiroso e enganador.

Se for o seu caso, dê uma lidinha neste texto abaixo, afinal, dizem que informação não ocupa espaço na cabeça, mas a desinformação pode provocar tragédias como esta que estamos vendo, e vivendo, aqui no Estado.
Diretor da Sabesp joga a toalha e pede intervenção federal 
27/01/2015 - 17:13
Em 17 de abril de 2014, o Secretário Municipal de governo da prefeitura de São Paulo, Chico Macena, criticou a falta de transparência da Sabesp em relação à crise da água. Mencionava racionamento noturno de água através da diminuição da pressão da água em período noturno.

O Secretário Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, taxou a afirmação de “mentira”. O diretor metropolitano da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) Paulo Massato classificou-a de “irresponsável”. Disse mais: “˜ÉoÉ no mínimo lamentável que gestores públicos usem uma reunião de natureza técnica para deturpar declarações com objetivos político-eleitorais” (http://migre.me/omsZ2).

Naquele momento, o galo cantou pela primeira vez.

O Secretário Arce reafirmou as críticas: “Nunca foi dito por mim nem por nenhum funcionário da Sabesp que a companhia pratica qualquer tipo de rodízio ou racionamento. Por uyma única razão: não há rodízio nem racionamento”.

O galo cantou pela segunda vez.

Já o governador Geraldo Alckmin se esquivou: “Não vamos transformar a maior seca das últimas décadas em picuinha política” (http://migre.me/omto8).
O galo ficou aguardando o desfecho.

Hoje, foi sintomática – e desesperada – a afirmação do mesmo Paulo Massato, de que “o rodízio poderá ocorrer se os órgãos reguladores acharem necessário”.

Ora, sendo necessário o rodízio, a decisão deveria ser do governador Geraldo Alckmin. Ao passar o bastão aos órgãos reguladores, Massato revela a impotência da Sabesp ante a falta de coragem e de iniciativa de Alckmin.

O próprio Massato define a dimensão do rodízio: serão necessários dois dias com água e cinco sem água para fazer diferença.

No mesmo evento, a única atitude de Alckmin foi mais uma vez tratar a crise de água como picuinha política. E admitir que a redução da pressão ocorre há mais de um ano (http://migre.me/omtvJ).

Pouco tempo depois do alerta de Macena, o Brasilianas.org foi ao ar tendo como um dos entrevistados Benedito Braga, então presidente do Conselho Mundial das Águas  (http://migre.me/omueL). No programa, Braga mencionou estudos de 2009, que indicavam a necessidade de um plano para ampliar reservatórios e adutoras na macro metrópole paulista – que vai do litoral até Campinas. Porque não avançou? Ele: Quem tem que responder é o governo do estado.

Outro entrevistado, Paulo Canedo, coordenador do Laboratório de Hidrologia da Coppe/UFRJ foi mais enfático: “A própria ANA (Agência Nacional de Água) estabeleceu uma série de condicionantes que não foram cumpridas na íntegra. Já no início de 2014 se sabia, portanto, que as obras não estariam prontas em tempo para São Paulo enfrentar a crise. Por isso o governo do estado deveria ter iniciado a campanha de racionamento e uso consciente de água deste janeiro”.

No final do ano, Benedito Braga foi nomeado Secretário de Recursos Hídricos do governo do Estado, substituindo Mauro Arce, originário do setor elétrico. Levou um ano para Alckmin entender a necessidade de especialistas em água na Secretaria. E a Poli sempre esteve disponível com seus especialistas.

Em seguida, nomeou para a presidência da Sabesp o respeitado Jerson Kellman – sócio e colega de Paulo Canedo.

Há um ano que as 35 prefeituras da região metropolitana tentam se organizar com o governo do Estado para enfrentar a crise. Não conseguiram uma reunião sequer.

Em todas as reuniões houve um trabalho persistente de boicote por parte do governo do Estado. ( Luis Nassif)

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