segunda-feira

De COP em COP os desafios ambientais continuam sendo empurrados com a barriga

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Mapa climático mundial
Estas “COPs” que se repetem a cada ano, nada mais são do que tentativas de ratificar o primeiro protocolo, o do Kioto, acordo assinado no Japão em 1997, que é letra morta desde então, em função, sobretudo, da negativa dos EUA em assumir a sua parte no corte de emissões, como grande emissor histórico que é.

O resto e conversa jogada fora.

E, pelo visto, esta, a COP18, vai pelo mesmo caminho com mais "tranquilidade", já que a desculpa da crise econômica vai facilitar as coisas, e mais países: Japão, Canadá, Rússia e Nova Zelândia, já disseram que não pretendem assinar um segundo período do acordo.

A realidade é que nunca se usou tanto carvão mineral como agora – o maior vilão das emissões de CO² – com a desculpa da deterioração das condições econômicas, tanto na UE como nos EUA e muitos outros países. É que ele é relativamente abundante e barato, por ter uma distribuição mais democrática no mundo, ao contrário de outras fontes de energia como o gás natural e o petróleo.

A contradição desta COP18 começa com o local do encontro, Doha, no Qatar, que é um micro país criado artificialmente sobre um super poço de gas natural e detém o recorde de maior emissor “per capta” de CO² do mundo.

É que o pais vem tentando se especializar em sediar grandes conferências e eventos de todo tipo, como uma tal “Rodada do Doha”, da Organização Mundial de Comércio, em uma tentativa de acordo internacional para a redução de barreiras comerciais que, como agora vai acontecer com a COP18, não deu em nada.

O que se espera é que de COP em COP algo de concreto acabe saindo, mesmo que de forma pontual e menos ambiciosa do que o Protocolo de Kioto, que já nasceu caduco.

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