segunda-feira

Automóveis, mais do que simples meios de locomoção e transporte


Uma conversa que se ouve com frequência é sobre a quantidade de carros e a morosidade do transito nas cidades, bem como da qualidade discutível do transporte coletivo. Sensíveis a isso, é também comum ver o discursos políticos sobre melhoria do transporte coletivo , quando o que se sabe é que a cidade vem cedendo cada vez mais espaço ao transporte individual – literalmente – do automóvel. Leia o artigo abaixo, onde o autor fala da cultura do automóvel que vai muito alem da pura necessidade de locomoção, adquirindo outras conotações que podem dificultar a adoção de uma solução para uma cidade mais leve e com mais mobilidade.

Um automóvel deveria ser uma extensão das pernas, uma maneira de ir e vir de forma rápida, eficiente, econômica e com qualidade. No entanto, esta não é a realidade do mercado. Ter um carro significa mostrar poder, capacidade de consumo e coisas que nada tem a ver com ir e vir. Uma vez, em uma conversa com a psicóloga Ana Verônica Mautner, ela se saiu com essa: “Tem homem que precisa de um motor para carregar seu próprio pinto. A potência é da máquina, e não dele”. Do lado feminino já se criou, inclusive, a pouco honrada denominação de “Maria Gasolina”, que define as mulheres que colocam as qualidades do carro acima das qualidades do motorista.

(…)

No entanto, enquanto o carro for extensão do ego, e não das pernas, não haverá alternativas, porque políticos continuarão fazendo a demagogia do discurso pelo público e o investimento pelo individual, e as pessoas vão continuar a usar desculpas para não utilizar o transporte público. Continue lendo...

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