É preciso pesquisar para encontra notícias boas no que se refere ao meio ambiente ou ao estado de sua degradação provocada por uma insensata “filosofia” de exploração e “domínio” da natureza. Nós estamos nos tornando verdadeiros reféns de nossos maus hábitos consumistas.
Onde vão parar os resíduos dos remédios, dentifrícios, cremes, sabonetes? Na água: da descarga dos vasos sanitários ou dos chuveiros uma torrente de princípios ativos tóxicos termina na água dos rios e lagos, nos lençóis freáticos, na irrigação das culturas agrícolas
Na Itália, análises recentes das águas da província da Lombardia, e dos sedimentos encontrados nos rios Po, Lambro e Adda, bem como nos aquedutos das cidades de Varese e de Lodi, revelaram a presença em altas doses de antibióticos, antitumorais, anti-inflamatórios, diuréticos, ansiolíticos, medicamentos anticolesterol, sem falar das substâncias hormonais.
As autoridades sanitárias da região ficaram de cabelos em pé. A primeira pergunta que veio à tona não poderia ser outra: essa poluição se limita à Itália do Norte? A resposta, infelizmente, é não. Ela está hoje em toda parte, em todos os países, em todos os continentes. O Brasil está bem longe de ser exceção à regra.
Onde vão parar os restos de dentifrícios, cremes e sabões? Os fármacos que eliminamos com as fezes e a urina? As drogas, os conservantes de comidas e bebidas? Tudo acaba na água: a partir das descargas dos vasos sanitários, das banheiras e duchas, dos tanques e máquinas de lavar roupa, toda essa enorme carga de produtos químicos e princípios ativos farmacêuticos termina nos rios, nos mares, nos lagos, nos lençóis freáticos e na água usada para a irrigação das lavouras agrícolas.
A cada dia, novos estudos confirmam consequências alarmantes, particularmente sobre a sexualidade e o sistema reprodutivo dos peixes e dos anfíbios. Produzem as mesmas consequências em nós? Podemos prescindir dessas substâncias?
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