A falta de tratamento dos esgotos, tanto domésticos como industriais, que são lançados “in natura” em córregos e rios gera, além da destruição destes e comprometimento do meio ambiente como um todo, a necessidade de grandes investimentos na recuperação dessa água para o consumo que, entretanto, trás uma potabilidade conceitual, pois, é de conhecimento de pesquisadores em todo o mundo, que os métodos tradicionais de tratamento não impedem o consumo de elementos ou substâncias quimicas e orgânicas, que apontam para um grande comprometimento da biodiversidade e da saúde e vida no médio longo prazo.
São os conhecidos como interferentes endócrinos ou hormônios e substâncias químicas como os ftalatos e bisfenol A utilizados na fabricação de plásticos, além de pesticidas e defensivos agrícolas, que não são retidos pelos métodos convencionais de tratamento de água e se alojam em tecidos orgânicos de animais e plantas através do consumo da água e, tambem, atavés da alimentação e que, conforme apontam as pesquisas em todo o mundo, podem provocar alterações genéticas graves em animais e seres humanos, como o hermafroditismo, por exemplo.
Apesar de pesquisas feitas no Brasil e muitos outros países que confirmam estes problemas, a propria ação de se destruir um rio ou manacial para depois gastar bilhões para tentar recuperá-lo é absurdamente irracional tanto pelo aspecto econômico como ambiental e de sustentabilidade.
Estamos repetindo grandes equívocos como cometeram muitos países desenvolvidos que destruiram seus rios durante séculos e levaram um tempo considerável e bilhões de dólares para recuperá-los e, ao que se sabe, dos 55 rios que existem no continente europeu, apenas 5 deles estão despoluídos. No Brasil temos o caso emblemático do Rio Tietê que já consumiu, e consome, uma infinidade de recursos públicos na tentativa de sua recuperação, mas que permanece um grande esgoto a céu aberto e trazendo transtornos consideráveis à vida e ao meio ambiente urbano.
Logo, o tratamento de esgotos é uma atitude mais racional e economicamente mais inteligente, sobretudo em função da falsa potabilidade da água resultante e dos elevados custos em sua recuperação – como explicamos acima – mas, tambem em função da escassez crescente do recurso.
Fonte: UNESP
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