Cavalo Mecânico
O aparentemente incompreensível aumento no preço do barril de petróleo, que já chega a 130 dólares, e que as previsões mais pessimistas vislumbram 200 dólares no curto médio prazo, tem, claro, suas explicações. Matéria no Le Monde (21/05/08) faz um histórico altamente esclarecedor, que você pode conferir aqui, em francês.
Parece paradoxal, mas, em tempos de Aquecimento Global e mesmo com as perspectivas sombrias sabre as suas conseqüências para a vida no planeta, o foco da atenção de todos esta no aumento e não na redução da produção do petróleo, logo, do consumo e inevitáveis emissões de CO2.
Parece à estória indiana sobre o gato que lambia uma lima e se deliciava com o próprio sangue.
Nesses últimos tempos, houve uma mudança que passou imperceptível para a maioria das pessoas, a mudança de poder no controle da produção e distribuição do petróleo, das mãos das multinacionais norte-americanas e européias, para empresas dos próprios países produtores, em processos sucessivos de nacionalização.
Trocando em miúdos, o poder de decisão mudou de mãos e os países desenvolvidos: EUA e UE, principalmente, ficaram “reféns” dos verdadeiros proprietários das jazidas, que hoje decidem, soberanamente, segundo suas próprias conveniências e necessidades.
Diante dessas transformações, os EUA, do alto de seu poderio político-militar, não buscou atenuar a dependência, como fizeram outros, optando pelo argumento da força como na invasão do Iraque.
Agora, amarga uma dependência crescente de importações que chegam a 80% de suas necessidades e, com o agravante, que não existem condições objetivas, hoje, para invadir mais países, para garantir fornecimento e, principalmente, preços baixos.
A tentativa com os biocombustíveis é uma corrida desesperada atrás do prejuízo, com um projeto caro e tecnológica e economicamente inviável – com o uso de milho – que pode piorar as coisas ainda mais.
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