Terremoto no Haiti, ajuda internacional ficou só na promessa

As grandes catástrofes: terremotos, tsunamis e inundações, que periodicamente acontecem são um prato cheio para a mídia que acaba por provocar uma comoção internacional, quando as declarações explícitas de ajuda e doações de governos, empresas e famosos chegam a emocionar as pessoas diante de tanta generosidade. Mas o se sabe é que a ocasião é uma boa oportunidade para se faturar um marketing oportuno diante das imagens da tragédia.

Faturar um marketing oportuno porque é normal as promessas de doações de ajuda ficarem só promessa mesmo, isso depois de já terem dado “um trato” na imagem pública dos “doadores” que ficaram bem na foto. Como disse, isso vem sendo feito por governos, empresas e celebridades, que de alguma maneira devem até ficar felizes com a “oportunidade”.


No caso mais recente, o terremoto no Haiti, tragédia que deixou 230 mil mortos, 300 mil feridos e destruição da infra-estrutura do Estado, incluindo 200 mil casas e tem ainda 1,5 milhões de pessoas vivendo em tendas e sem perspectivas de, no curto médio prazo, terem alguma solução à vista, é só o caso mais recente. É que dos 9,9 bilhões de dólares de ajuda prometidos para socorro das pessoas e a recuperação do país, só 2%, ou 200 milhões de dólares foram efetivamente enviados, segundo a ONU.

O mesmo ocorreu com o Tsunami na Indonésia (janeiro de 2005), com um quadro de mortes e destruição similar, quando as promessas de ajuda, tambem, ficaram na promessa. E, como tanto os estragos do tsunami como aqueles do terremoto no Haiti, saíram do foco de atenção da mídia, quem tinha que faturar dando um trato na imagem, já garantiu os seus dividendos, e não se fala mais nisso.

O Facebook, por exemplo, no auge da crise no Haiti, arrecadou com o Farmville, 2,4 milhões de dólares dos usuários e só repassou a metade – pelo menos foi o que disse um porta voz da empresa – e os outros 50% que os usuários doaram, ela simplesmente embolsou a título de “custas”, (FSP 03/2010). Se você foi um dos autores das doações, com certeza fez uma contribuição à empresa criadora do jogo, a Zynga, e ao bilionário dono da rede. Dá próxima vez – esperamos que não tenha – procure uma instituição mais idônea para fazer a sua doação.

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