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Diz
o leitor: "Desenvolvimento sustentável significa que
o meio ambiente deve ser submetido à racionalidade do crescimento
econômico e não ser um entrave/obstáculo à melhoria das condições
de vida da população, redução da pobreza, distribuição de renda
e etc.. É só ver o exemplo dos países desenvolvidos. Querer que
1/3 do Brasil permaneça como selva é fácil se você vive no
exterior." (blog do
Planeta)
Este é um comentário
de um usuário que encontrei na rede. Não deixa de ser uma opinião
que merece reflexões. A expressão desenvolvimento sustentável
virou quase um clichê e o seu sentido não deve ficar muito claro
para todo mundo.
Um aspecto das
discussões sobre Belo Monte é que a usina iria interferir ou
deslocar populações que vivem às margens dos rios, os ribeirinhos (nas imagens),
comprometendo o seu estilo de vida ou coisa do gênero. É provável
que isto vá acontecer, mesmo se a usina for construída, já que a
‘subida do rio’ fatalmente vai deslocá-los.
Entretanto, sem
entrar no mérito da viabilidade ambiental ou econômica do projeto,
será se estes motivos alegados procedem?
Alguém já perguntou
seriamente a estas pessoas se aquela vida que levam: vivendo da pesca
artesanal e de sobrevivência, morando em cabanas toscas de madeira,
sem condições mínimas, conhecidas, de conforto e higiene, sem
saneamento básico, locomoção adequada, alimentação, educação e
dando comida a zilhões de mosquitos e ou parasitas, é o que sonham
para si e seus filhos?
Isso sem falar no que
‘nosotros’ de todo lugar não abrimos mão, como toda sorte de
eletroeletrônicos como máquinas de lavar, TV à cabo, microondas,
geladeira, computadores, secador de cabelo e toda a parafernália de
gadgets de todo tipo que faz a cabeça de meio mundo?
Não seria uma visão
romântico ambientalista que prega “greve de fome para o outro
fazer?”
Você pode até achar
– meio que hipocritamente – que estas “coisas” não são
essenciais para uma vida saudável... Sei, você acredita, mesmo,
nisso? Então, como querer “condenar” estes brasileiros como nós,
a viverem romanticamente à margem de tudo isso?
Pelo que
se sabe, os desalojados de suas casas e terras na construção de
outras usinas não tiveram, necessariamente, piora nas condições de
vida, já que os projetos sempre preveem ações compensatórias.
Não, não estou fazendo uma apologia da construção da usina, pelo
menos não é este o objetivo deste artigo.
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